Consegui publicar três post essa semana, nem acredito!
Como eu havia dito anteriormente, essa semana começou o Conselho dos Direitos Humanos (CDH). A plenária mais interessante até então foi um debate urgente sobre a situação da Síria. Quase todos os países compareceram. Nunca tinha visto a sala do Conselho tão cheia. Muitos fotógrafos também estavam presentes. (clique aqui para assistir ao debate, eu apareço no canto do vídeo na fala da embaixadora, #famous #noooot)
A embaixadora do Brasil para a ONU, Maria Nazareth Farani Azevêdo, esteve presente o tempo todo do debate. Geralmente, ela fica nos momentos em que o Brasil discursa, já que é ela quem lê o discurso, mas desta vez ficou durante toda a reunião.
Vejam a quantidade de fotógrafos. |
Uma cópia do discurso lido pelo Brasil. |
Depois do debate, foi feita a votação para aprovar uma resolução elaborada pelo Qatar, Turquia e Estados Unidos relacionada à situação dos direitos humanos no país. O debate urgente foi desencadeado pelas mortes recentes em Al Qusayr, no intuito de condenar intervenções estrangeiras que lutam em defesa do regime sírio atual, o do presidente Bashar al-Assad. A resolução foi aprovada, alguns se abstiveram, o Brasil votou a favor e somente a Venezuela votou contra.
Como a Bruna não estava responsável por essa área, eu fui ao debate somente para assistir, não precisei fazer nenhuma anotação.
Antes dele estava em uma reunião informal sobre violência contra as mulheres. Nesse sim precisei escrever a posição de cada país com relação à resolução proposta pelo Canadá, já que a Bruna não pôde comparecer. Ontem estive em outra reunião também ligada a violência contra as mulheres. Hoje, na Sala XX, teremos um Working Group relacionado ao tema. Acho que vai ser interessante pra mim, tenho lido bastante coisa e feito resumos pra Bruna, então vou entender melhor, já que estou por dentro do tema.
Foi interessante ver que na Resolução falou bastante que as mulheres precisam participar da vida pública dos países para que a discriminação seja combatida. Principalmente em tempos de transição política, como é o caso de alguns países árabes no contexto atual. Em alguns lugares, a violência contra as mulheres é mais latente que em outros, mas nossa participação na vida pública ainda é muito desproporcional.
A meu ver, o Brasil é um país machista, onde parte das mulheres também são machistas, talvez pela história do país, por todo o patriarcalismo que enfrentou. A resolução da ONU fala de violência física e psicológica e, claro que alguns países onde as mulheres não têm direitos básicos, a situação é pior. Só que, como brasileira, vejo o quanto é difícil ser independente no Brasil, sendo mulher. Independente no sentido principalmente intelectual, mas também financeiro.
Um dos apelos da reunião de ontem para hoje à tarde foi para que os embaixadores de cada país (que são em sua maioria homens!) compareçam ao Working Group. Discutir temas relacionados à mulher com mulheres não faz muito sentido, né?
Reunião de ontem sobre Violência contra as Mulheres |
Beijos
Elisa