31.5.13

O Conselho dos Direitos Humanos discute a Situação da Síria e das Mulheres no Mundo

Consegui publicar três post essa semana, nem acredito!

Como eu havia dito anteriormente, essa semana começou o Conselho dos Direitos Humanos (CDH). A plenária mais interessante até então foi um debate urgente sobre a situação da Síria. Quase todos os países compareceram. Nunca tinha visto a sala do Conselho tão cheia. Muitos fotógrafos também estavam presentes. (clique aqui para assistir ao debate, eu apareço no canto do vídeo na fala da embaixadora, #famous #noooot)
A embaixadora do Brasil para a ONU, Maria Nazareth Farani Azevêdo, esteve presente o tempo todo do debate. Geralmente, ela fica nos momentos em que o Brasil discursa, já que é ela quem lê o discurso, mas desta vez ficou durante toda a reunião.

Vejam a quantidade de fotógrafos.

Uma cópia do discurso lido pelo Brasil.













Depois do debate, foi feita a votação para aprovar uma resolução elaborada pelo Qatar, Turquia e Estados Unidos relacionada à situação dos direitos humanos no país. O debate urgente foi desencadeado pelas mortes recentes em Al Qusayr, no intuito de condenar intervenções estrangeiras que lutam em defesa do regime sírio atual, o do presidente Bashar al-Assad. A resolução foi aprovada, alguns se abstiveram, o Brasil votou a favor e somente a Venezuela votou contra. 
Como a Bruna não estava responsável por essa área, eu fui ao debate somente para assistir, não precisei fazer nenhuma anotação. 
Antes dele estava em uma reunião informal sobre violência contra as mulheres. Nesse sim precisei escrever a posição de cada país com relação à resolução proposta pelo Canadá, já que a Bruna não pôde comparecer. Ontem estive em outra reunião também ligada a violência contra as mulheres. Hoje, na Sala XX, teremos um Working Group relacionado ao tema. Acho que vai ser interessante pra mim, tenho lido bastante coisa e feito resumos pra Bruna, então vou entender melhor, já que estou por dentro do tema.
Foi interessante ver que na Resolução falou bastante que as mulheres precisam participar da vida pública dos países para que a discriminação seja combatida. Principalmente em tempos de transição política, como é o caso de alguns países árabes no contexto atual. Em alguns lugares, a violência contra as mulheres é mais latente que em outros, mas nossa participação na vida pública ainda é muito desproporcional. 
A meu ver, o Brasil é um país machista, onde parte das mulheres também são machistas, talvez pela história do país, por todo o patriarcalismo que enfrentou. A resolução da ONU fala de violência física e psicológica e, claro que alguns países onde as mulheres não têm direitos básicos, a situação é pior. Só que, como brasileira, vejo o quanto é difícil ser independente no Brasil, sendo mulher. Independente no sentido  principalmente intelectual, mas também financeiro.
Um dos apelos da reunião de ontem para hoje à tarde foi para que os embaixadores de cada país (que são em sua maioria homens!) compareçam ao Working Group. Discutir temas relacionados à mulher com mulheres não faz muito sentido, né?

Reunião de ontem sobre Violência contra as Mulheres
Por hoje é só. Espero que estejam gostando dos posts!
Beijos
Elisa

28.5.13

#ImaginaNaCopa

Tenho certeza de que antes de perguntar "Imagina na Copa?" deveríamos, antes, ver esse filme. Eu o assisti hoje, em Genebra, num evento paralelo da 23a sessão do Conselho de Direitos Humanos:






Beijos
E.

27.5.13

Começa o Conselho dos Direitos Humanos

Bom dia a todos!

Antes de tudo, desculpem a demora entre os posts. A semana passada voou, tinha certeza que eu havia postado no meio da semana, quando percebi que minha última atualização foi na segunda-feira. Acho que o frio congelou o relógio, aí não vi o tempo passar!

Enfim, ao que interessa: Semana passada houve muitas e muitas reuniões da Assembleia Mundial da Saúde, mas não fui em nenhuma, acabei não precisando comparecer. Fiquei na Missão com assuntos relacionados a Direitos Humanos. Fiz uma tradução de um Seminário sobre os direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais) na América Latina, tivemos conversas interessantes com o Ministro (João Genésio de Almeida Filho) que sempre se interessa pelos estagiários e por saber nossas opiniões. Fui a um coquetel da Plataforma Global para Redução de Riscos e Desastres, em que Belo Horizonte ganhou o prêmio mundial! Não fui no consulado itinerante, troquei com outra estagiária e foram duas pessoas ajudar o corpo consular.Tivemos também uma reunião, com todos aqui da Missão, sobre o Conselho dos Direitos Humanos, que começou hoje

Essa é uma música africana que minha amiga Carol me apresentou. Achei muito linda, e a banda grava na Região do Sahel, no deserto de Ténéré, centro sul do Deserto do Saara!! Eles gravam em local aberto, e esse clipe mostra um pouquinho da paisagem em que vivem esses tuaregues:


Agora à tarde acabei de participar de uma reunião informal sobre violência contra a mulher. Foi aceita uma resolução em que vários itens sobre o tema são discutidos, escrita pelo Canadá, e nessa reunião os demais países puderam comentar e sugerir alterações acerca dos temas.
O que vou fazer agora é escrever um telegrama (um documento para Brasília) sobre a resolução, para que a capital fique ciente do que está acontecendo por aqui. Quando eu terminar, passo pra Bruna, que passa pro ministro, que passa pra embaixadora, que manda pra Brasília! hehe Não sei se é exatamente assim, mas enfim, do documento que eu escrever até o que chegar em Brasília, haverá várias alterações!

O CDH está acontecendo agora, uma das estagiárias está lá (Victoria) e roubei essa foto dela do Facebook. A plaquinha levantada quer dizer que o país quer se manifestar. Pelo visto tá tem muita gente querendo participar.
Agora preciso ir fazer o telegrama. Juro que vou tentar postar mais de uma vez essa semana!
Beijos
Elisa

21.5.13

Sugestões!

Bom diaaaa!

Essa semana está acontecendo a Plataforma Global para Redução de Riscos e Desastres e a Assembleia Mundial da Saúde. Uma parte dos voluntários estão divididos entre os dois eventos e outros estão aqui (eu!) trabalhando na Missão mesmo.
Estamos nos preparando para a 23a sessão do Conselho de Direitos Humanos, que vai acontecer nas próxima três semanas! Os temas são diversos, acho que vai ser muito interessante.
Neste sábado, vou participar de um Consulado Itinerante na cidade de Syon, aqui na Suíça mesmo. O corpo consular brasileiro aqui em Genebra vai na cidade prestar serviços aos cidadãos brasileiros na cidade, e pediram ajuda dos estagiários. Eu e a Paula (também estagiária) vamos participar.

Vou deixar aqui duas sugestões de filme/documentário pra vocês. Não assisti nenhum dos dois, mas ambos prometem ser muito bons:

"Era uma vez uma menina que se apaixonou por uma bicicleta. Chorei. Muito bom este filme! O primeiro escrito e dirigido por uma mulher saudita e também filmado na Arábia Saudita. Lá onde não há cinema. E onde até ontem mulheres eram proibidas de andar de bicicleta. Agora elas podem, mas só se estiverem vestidas com a abbayah e acompanhadas de um homem." (Texto da minha amiga e também estagiária aqui do programa, Carolina Montenegro). Legendas em português!



Este outro é um documentário sobre a Corte Internacional de Justiça, que saiu há pouco mas ainda não tive a oportunidade de assistir. (Tem como colocar legendas em inglês pelo YouTube). Sugestão de outro amigo, também estagiário aqui, Caio Pizetta.


Hoje a tarde vou continuar trabalhando em cima de um relatório sobre a discriminação contra as mulheres, racismo e liberdade de expressão. Como o CDH começa na próxima semana, essa está sendo bem preparatória. Tivemos uma reunião ontem (com o ministro, os estagiários e os diplomatas) para distribuir as funções durante as três semanas.

O clima de Genebra não está ajudando, só chuva e frio!!! Esse fim de semana vai fazer 0 graus, brrrrrrrr!

Beijos
Elisa

16.5.13

Conselho dos Direitos Humanos discute a discriminação contra as Mulheres

 Bom dia pessoal!

Hoje o dia está bastante chuvoso, infelizmente. Chove demais em Genebra, meu deus!
De manhã terminei a tradução que estava fazendo sobre o caso Alyne Pimentel (veja o post anterior). Agora estou resumindo um relatório chamado de "Report on the Working Group on the issue of discrimination against women in law and in practice". (Disponível aqui). Este relatório revisa os avanços na representação política das mulheres, da mesma forma que debate sobre os desafios que elas ainda enfrentam no caminho à igualdade de direitos - participação na vida pública no contexto da democracia e dos direitos humanos.
 
Esse vídeo abaixo é uma tutorial de maquiagem, como os muitos que existem na internet. Mas dessa vez, é uma propaganda. Uma mulher agredida ensina como cobrir as agressões com maquiagem:
 
 
No entanto, o foco principal do relatório é a desigualdade de direito das mulheres e todo tipo de discriminação. A Assembleia Geral concluiu, em 1012, que as mulheres ainda estão muito marginalizadas da esfera política, vendo a necessidade de promover a participação das mesmas nas decisões municipais, estatais, federais e mundiais.
 
Eu vou resumir o relatório para que fique mais sucinto na hora dos diplomatas brasileiros forem ler. Ele será apresentado no Conselho dos Direitos Humanos (CDH), que acontecerá no próximo mês, e cada país, tendo lido seu conteúdo, coloca sua visão e propõe recomendações. Alguns citam países em específico. Um exemplo foi o que li sobre racismo (disponível na mesma página que coloquei acima, procurar por "Report of the Special Rapporteur on contemporary forms of racismo, racial discrimination, xenofobia and related intolerance"). Nele encontrei referências sobre o Brasil quando disseram que alguns países da América Latina promovem políticas de inclusão, como as cotas. O Brasil está na frente nesse aspecto, e provavelmente é o que será falado por nós no CDH, entre outras coisas.
 
Todos os temas que serão abordados no Conselho dos Direitos Humanos da ONU estão disponíveis nesse link que disponibilizei. Eles podem ser lidos nas línguas oficiais da ONU, que são árabe, chinês, inglês, francês, russo ou espanhol.
 
Esse é um trailer de um filme (legendas em português!) sobre uma somali que foge de um casamento forçado e acaba descobrindo um mundo muito diferente do seu, em Londres. História real! Adoro esse filme:
 
 
Ainda não terminei o resumo do relatório, mas não queria deixar aqui sem nada!
Quando terminar coloco mais coisas aqui!
 
Um beijo
Elisa

14.5.13

O Caso Alyne Pimentel e as consequências para o Brasil de um sistema de saúde público ineficaz

Bom dia a todos!
 
Na entrada da Missão, fica essa obra de arte. Não sei de quem é a autoria, mas gostei do trabalho!

De volta do feriado, hoje tenho traduções para fazer. Estou encarregada de traduzir um documento de resposta do Estado Brasileiro às Observações dos Peticionários sobre o caso Alyne Pimentel. Para situar todos sobre o caso:

"Em 2002, a jovem Alyne estava grávida de seis meses, quando passou mal e procurou atendimento médico e Belfor Roxo, na Baixada Fluminense. Alyne foi medicada e voltou para casa. Mas dias depois retornou ao Hospital. Depois de passar por vários médicos, constataram que o bebê estava morto. Foram mais de 14 horas até fazer uma cirurgia para a retirada da placenta. Ela precisou ser transferida de hospital, mas teve que esperar oito horas por uma ambulância e acabou morrendo. Essa história foi levada ao Comitê de Acompanhamento da Implementação do Cedaw, sigla em inglês para "convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres". E a resposta veio na forma de um comunicado oficial para que o governo brasileiro reconheça a necessidade de reparação deste caso." (Fonte: Câmara dos Deputados)
 
O caso chegou até a ONU em 2007. No dia 10 de agosto de 2011, o Comitê Cedaw julgou e condenou o Brasil por violar os direitos humanos de grávidas. Ele concluiu que o Estado Brasileiro falhou em proteger os direitos humanos de Alyne: o direito à vida, o direito à saúde e o direito à igualdade e não discriminação do acesso a saúde. Como consequência, o Comitê determinou reparação à família, inclusive financeira, e a implementação de uma séria de recomendações, para que outras mulheres não tenham o mesmo destino de Alyne.

Além da reparação financeira para a família, as outras medidas cobradas do Brasil pelo comitê Cedaw são:
*Assegurar o direito das mulheres à maternidade segura e o acesso a assistência médica emergencial adequado, a preços acessíveis.
*Proporcionar formação profissional adequada aos profissionais de saúde, especialmente sobre os direitos reprodutivos das mulheres à saúde. Incluem-se aí tratamento médico de qualidade durante a gravidez e o parto, bem como assistência obstetrícia emergencial adequada.
*Assegurar acesso a medidas eficazes nos casos em que os direitos das mulheres à saúde reprodutiva tenham sido violados e promover a qualificação do Poder Judiciário, responsável pela aplicação da lei.
*Assegurar que sanções adequadas sejam impostas a profissionais de saúde que violem os direitos humanos relacionados a saúde reprodutiva das mulheres.
* Reduzir as mortes maternas evitáveis através da implementação do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna nos níveis estadual e municipal. Isso implica criação de comitês de mortalidade materna em lugares onde ainda não existem.

O documento que estou traduzindo agora é uma resposta do Brasil às recomendações acima. São 21 páginas, mas dividimos em três partes, então três estagiários estão fazendo a tradução. Ele conta os avanços que o Brasil já obteve após as demandas da ONU. Não sei se é um arquivo confidencial, por isso é só o que vou dizer aqui.

Na tarde de ontem fui à Sala XX (a do Conselho dos Direitos Humanos - CDH) para uma discussão sobre o CDH que acontecerá no mês que vem.
 
Sala do CDH hoje, 13/05/13
À parte das traduções, tenho que fazer alguns resumos de pesquisas feitas por special rapporteurs (depois faço um post explicando quem são eles). Vou tentar termina-los agora essa semana, porque na próxima a Bruna volta, e tenho que discuti-los com ela!
 
Beijos
Elisa
 
 
 

10.5.13

Feriado em Genebra

Ontem foi feriado aqui em Genebra. Era pra gente trabalhar hoje, mas o fato de um brasileiro ter ganhado para diretor da OMC deixou todo mundo de bom humor, tanto que ganhamos uma folga prolongada!

Agora tenho bicicleta! Estou querendo sair amanhã ao redor do lago, espero que o dia esteja ensolarado!

Deixo vocês com uma foto do encontro dos dois rios que passam pela cidade:

Beijos
Elisa

7.5.13

O dia em que queimei a língua sobre a Organização Mundial da Saúde

Bom dia a todos!
Hoje tivemos uma palestra interessante sobre a OMS (ou WHO, em inglês) com um dos nossos diplomatas, José Roberto de Andrade Filho. Ele é um dos responsáveis pela área aqui em Genebra e nos deu uma boa visão sobre saúde no Brasil e no mundo. Como já disse, vou trabalhar na área de saúde durante essa semana e a próxima, que é quando a Bruna volta de férias e retornarei o trabalho com ela.
A priori, a área da saúde não era meu interesse. Pensei que, como não tinha "nada a ver" com a área, não iria me interessar. Pelo contrário, a palestra foi muito ilustrativa e consegui perceber a importância do tema.
Do dia 20 ao dia 28 de maio acontece a Assembleia Mundial da Saúde aqui em Genebra, o maior evento acerca do tema no âmbito global. Espero poder participar!!! Esse ano o grande tema será as NCDs (doenças crônicas não transmissíveis: problemas cardíacos, câncer, diabetes...), que é um grande problema de saúde pública global.
 
Entrando no andar da Missão - desculpem a falta de enquadramento!
No âmbito global, o foco do trabalho na área de saúde é o chamado Global Health, que abrange bem mais do que as nações como indivíduo. O termo Global Health cruza várias disciplinas, dentre elas: nutrição, saúde mental, estilo de vida saudável com esportes, saneamento água e esgoto, sistema de transporte mais limpo, entre outros. Em geral, o que vemos hoje (um grande exemplo é a política dos Estados Unidos para a saúde) é o ciclo de intervenção de reabilitação, em que o indivíduo fica doente e é feito o tratamento para a cura. O conceito de Global Health tenta organizar uma sociedade construída através de hábitos preventivos. O secretário comentou também do estigma da saúde mental, que está ligada a milhões de profissões e faixa etárias. A saúde mental envolve integração comunitária, tratamento psicológico, valores e assistência.
 
Sobre o papel da OMS, o secretário enfatizou que ela dá parâmetros técnicos aos países, mas pode ajudar em emergências como, por exemplo, administrar e fornecer remédios em tempos de crise - é o que está acontecendo na Síria hoje.
 
Organizações, como a Médicos Sem Fronteiras, por exemplo, têm o direito de participar das reuniões da OMS, mas não têm poder de voto. Outra organização (que eu não conhecia e que o Brasil ajudou bastante na sua estruturação) é a UNITaid, que auxilia no tratamento de AIDS, malária e tuberculose através de estratégias de mercado. A instituição estuda o mercado e investe em desenvolvimento de métodos de diagnóstico mais baratos, além de subsidiar processos de fabricação de medicamentos mais eficientes. A UNITaid é uma instituição muito importante hoje em dia, fundada pelo Brasil, que poucos de nós conhecemos. O setor privado não tem direito de participar das reuniões.
 
Por falar em AIDS, o secretário enfatizou alguns avanços na área de saúde que se devem especialmente ao Brasil. Um deles é a quebra de patentes no caso dos remédios para as pessoas que vivem com o vírus. No começo da década de 90, a sociedade civil brasileira pressionou o governo para um auxílio com relação ao vírus e conseguiram a quebra das patentes, diminuindo consideravelmente o preço dos remédios. Outro triunfo brasileiro foi sua campanha de combate à poliomielite (leia aqui um artigo interessante sobre o assunto), que hoje serve de exemplo para a OMS. Outro ponto positivo do nosso país é a Fiocruz, que é bastante conhecida e admirada mundialmente.
 
Recomendação do secretário: TED Talk com Ben Goldacre (com legenda em português) chamado "Combatendo a Ciência Ruim". Outra recomendação foi o livro do mesmo médico, disponível na Amazon.com neste link.

Próximas atividades serão traduções (eeeee!!!) e quem sabe Consulado Itinerante, em que vamos a outra cidade suíça, junto ao corpo consular do Brasil, auxiliar indivíduos com questões consulares.

Notícia fresquinha: O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo acaba de ganhar a disputa para diretor da OMC!

Beijos
Elisa

6.5.13

OMS, UNASUL e o PROGRAMA DE FORMAÇÃO

Bom dia a todos!
 
Já entramos na terceira semana de trabalho. Hoje estou cuidando de assuntos relacionados à Organização Mundial da Saúde (OMS). Estou lendo documentos, como o tratado constitutivo da UNASUL, da União Europeia e outros documentos que podem ser visualizados aqui. Assim que terminar minha pesquisa, vou conversar com o Lucas, diplomata responsável pela área, para discutirmos os resultados.
 
Geralmente, trabalhando aqui no Programa de Formação, cada pessoa fica encarregada de um assunto específico. As três principais áreas que a DELBRASGEN abrange é Direitos Humanos, Trabalho e Saúde. Eu estou com trabalhando com a Bruna Vieira de Paula, diplomata responsável pela área de Direitos Humanos. No entanto, como ela está de férias essas duas semanas, vou trabalhar com o Lucas Vinícius Sversut. No fim das contas, cada um faz um pouco de cada coisa. Ao mesmo tempo, é legal ter alguém para quem reportar qualquer dúvida direta.
 
A sala dos voluntários!
 
 Em Genebra está começaaaaaando a fazer calor. Esse final de semana foi ensolarado e pude conhecer mais sobre a cidade. Essa semana, pelo visto, não terei que ir ao Palais. Está tudo mais tranquilo, pois terminaram as UPRs e o próximo grande evento, se não me engano, é a World Heatlh Assembly (Assembleia Mundial da Saúde), na próxima semana. Por isso que me alocaram para a área da saúde, já que a Bruna está de férias, porque estão sobrecarregados.  Quinta será feriado e poderemos emendar com sexta-feira!

Beijos,
Elisa

2.5.13

Universal Periodic Reviews, Azerbaijão, Cuba, OMS

Ontem fui a um side event (eventos paralelos aos principais da ONU) em que jornalistas azerbaijanos comentaram a UPR do seu país no dia anterior. A jornalista Khadija Ismayilova, nativa do país, disse que a UPR do dia anterior foi muito triste para o país, pois os governantes escondem a verdade, dizendo que existe liberdade de imprensa, sendo que naquele mesmo dia três estudantes haviam sido presos por colocarem flores numa Universidade em homenagem a um jornalista morto.
Ela mesma já foi ameaçada várias vezes pelo governo. Um de seus melhores amigos (também jornalista) morreu de forma inexplicável - foi morto a tiros em seu apartamento, sem que ninguém nunca descobrisse quem foi ou o porquê.
O documentário está abaixo mas, infelizmente, só tem legendas em inglês.



Depois disso tivemos a UPR de Cuba, a última dessa 16a Sessão. Sim, foi primeiro de maio, feriado no mundo todo, mas nós trabalhamos. Cuba enfatizou várias vezes que a Ilha de Guantánamo deve ser devolvida ao país, já que ela encontra-se sob a invasão dos Estados Unidos. A delegação dos Estados Unidos não respondeu às acusações e em seu minuto de fala fizeram recomendações a Cuba, ignorando suas apelações com relação a Guantánamo.

Sala XX - Conselho dos Direitos Humanos um pouco antes do início da UPR de Cuba. Fonte: acervo pessoal.


Dos 166 presos que os Estados Unidos mantêm na Ilha, 133 estão neste momento em greve de fome (veja a matéria aqui). Para controlar a situação, os médicos de Guantánamo alimentam os presos através de sondas (foto). 


Um médico mostra a sonda que alimenta os presos que protestam através de greve de fome.

Assim que Cuba se pronunciou ontem na UPR acerca do assunto, o presidente americano disse em nota que ainda pretende fechar a prisão (clique aqui para ler a matéria). No entanto, tudo indica que a fala do presidente tenha sido somente para acalmar a comunidade internacional, já que a delegação americana em Genebra não se pronunciou sobre o assunto em sua fala.

As UPRs acabaram. Na semana que vem irei trabalhar com a OMS, Organização Mundial da Saúde. Acho que vai ser interessante!

Matérias interessantes para leitura:

A Diplomacia do Caviar

Can Itamaraty Engage in Civil Society?

Na ONU, Brasil defende Cuba e Critica EUA. Esta matéria foi escrita logo depois da UPR de Cuba. Tirem suas próprias conclusões. ;)


Beijos,
Elisa