25.4.13

Terceiro e quarto dias de trabalho - Racismo, Educação, Ásia, Caribe

Salle XXI:
Ontem não escrevi, mas participei de outro dia de reuniões sobre o racismo e a diáspora nos países africanos. O foco de ontem foi sobre a discriminação na Ásia e no Caribe.

Um vídeo muito interessante que fiquei conhecendo é este abaixo. Ao entrevistarem crianças negras sobre qual das duas bonecas elas gostariam de brincar (uma de cor escura e outra de cor clara), 15 entre 21 crianças preferiram brincar com a branca. Quando perguntaram qual era a boneca "do bem", apontavam para a de cor branca. Por fim, perguntaram por que a boneca negra era má, e uma das crianças responde "porque ela é negra". A pior parte é quando a entrevistadora pergunta à menina "e qual dessas duas bonecas você acha que representa você?". A criança fica confusa, porque acaba caindo na cilada do preconceito criada pela sociedade e aceita por ela mesma, e aponta para a boneca negra. Assistam:



Esse vídeo é bastante chocante e mostra de forma bem resumida como é o preconceito contra os afrodescendentes no mundo todo. Mesmo no Brasil, com a enorme quantidade de afrodescendentes que temos e a também enorme miscigenação, temos muito preconceito.

Uma das prioridades que todos os países ressaltaram é a necessidade de se ensinar história da África nas escolas, bem como a história das culturas africanas. Todos os países ressaltaram a EDUCAÇÃO como sendo primordial para o fim do racismo, mas ressaltaram também que a escola pode também criar o preconceito.

Eles falam também de como o preconceito, em alguns países, se tornou social e não de raça. No Brasil, por exemplo, a oportunidade de estudo para os negros é bastante reduzida, já que eles possuem uma renda inferior aos demais.

Corredores do Palais de Nations - ONU


Salle XXII - Updating the Cuban Economic Model

Bom, já hoje fui a um evento paralelo sobre Cuba (nome acima), que falou bastante do país e do seu modelo econômico falho. Falaram sobre o país e dos porquês dele ter um alto nível de escolaridade e de acesso ao sistema de saúde a todos por exemplo e, por outro lado, não ter nenhuma infraestrutura em outros aspectos como tecnológicos, pesquisa, etc. Os motivos que deram foram a queda da URSS - com ela eles teriam triunfado -, a escolha que fazem de investir no indivíduo muito mais que os demais países, da moeda super enfraquecida e da utilização do dólar juntamente com o peso.

No mais, foi muito interessante ver a posição dos países. A União Europeia nem compareceu à reunião; a China se irritou com o palestrante, que disse que Cuba não pode, nem deve, seguir o modelo chinês de desenvolvimento. O que o palestrante quis dizer, na verdade, é que um país não pode seguir um modelo econômico de outro, já que cada um tem uma história e políticas (tanto interna como externa) diferentes.

O fato interessante foi que o palestrante não era cubano, vinha de algum país desenvolvido europeu. Em um momento, o presidente da mesa disse "aproveitem que nosso palestrante não é cubano, ou seja, pode responder tudo com toda transparência.". Logo depois alguém disse "mas Cuba não é transparente?", ele refutou "claro que sim" e todos riram. Foi um deslize cubano, que acho que ele disse sem a menor maldade. Mas já dá pra ter noção do quanto cada palavra conta quando estamos falando de política externa.

Beijos
Elisa

Um comentário :

  1. Esses esquemas de preconceito são bem complicados. Aqui no Brasil é bem assim que acontece, esse tal experimento a gente estuda em Psicologia e pode ser transplantado pra vários outros tipos de preconceitos. A gente anda focando MUITO no preconceito contra homossexuais hoje e o preconceito racial está ficando pra escanteio, a afirmação sexual hoje é muito mais aceita que a racial. Por exemplo a gente tem um programa em escolas públicas chamado Educação sem homofobia (como eu odeio esse termo!), mas não temos muita coisa com relação ao preconceito racial... Ainda temos muito o que caminhar

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