Salle XXI:
Ontem não escrevi, mas participei de outro dia de reuniões sobre o racismo e a diáspora nos países africanos. O foco de ontem foi sobre a discriminação na Ásia e no Caribe.
Um vídeo muito interessante que fiquei conhecendo é este abaixo. Ao entrevistarem crianças negras sobre qual das duas bonecas elas gostariam de brincar (uma de cor escura e outra de cor clara), 15 entre 21 crianças preferiram brincar com a branca. Quando perguntaram qual era a boneca "do bem", apontavam para a de cor branca. Por fim, perguntaram por que a boneca negra era má, e uma das crianças responde "porque ela é negra". A pior parte é quando a entrevistadora pergunta à menina "e qual dessas duas bonecas você acha que representa você?". A criança fica confusa, porque acaba caindo na cilada do preconceito criada pela sociedade e aceita por ela mesma, e aponta para a boneca negra. Assistam:
Esse vídeo é bastante chocante e mostra de forma bem resumida como é o preconceito contra os afrodescendentes no mundo todo. Mesmo no Brasil, com a enorme quantidade de afrodescendentes que temos e a também enorme miscigenação, temos muito preconceito.
Uma das prioridades que todos os países ressaltaram é a necessidade de se ensinar história da África nas escolas, bem como a história das culturas africanas. Todos os países ressaltaram a EDUCAÇÃO como sendo primordial para o fim do racismo, mas ressaltaram também que a escola pode também criar o preconceito.
Eles falam também de como o preconceito, em alguns países, se tornou social e não de raça. No Brasil, por exemplo, a oportunidade de estudo para os negros é bastante reduzida, já que eles possuem uma renda inferior aos demais.
Salle XXII - Updating the Cuban Economic
Model
Bom, já hoje fui a um evento paralelo sobre Cuba (nome acima), que falou bastante do país e do seu modelo econômico falho. Falaram sobre o país e dos porquês dele ter um alto nível de escolaridade e de acesso ao sistema de saúde a todos por exemplo e, por outro lado, não ter nenhuma infraestrutura em outros aspectos como tecnológicos, pesquisa, etc. Os motivos que deram foram a queda da URSS - com ela eles teriam triunfado -, a escolha que fazem de investir no indivíduo muito mais que os demais países, da moeda super enfraquecida e da utilização do dólar juntamente com o peso.
No mais, foi muito interessante ver a posição dos países. A União Europeia nem compareceu à reunião; a China se irritou com o palestrante, que disse que Cuba não pode, nem deve, seguir o modelo chinês de desenvolvimento. O que o palestrante quis dizer, na verdade, é que um país não pode seguir um modelo econômico de outro, já que cada um tem uma história e políticas (tanto interna como externa) diferentes.
O fato interessante foi que o palestrante não era cubano, vinha de algum país desenvolvido europeu. Em um momento, o presidente da mesa disse "aproveitem que nosso palestrante não é cubano, ou seja, pode responder tudo com toda transparência.". Logo depois alguém disse "mas Cuba não é transparente?", ele refutou "claro que sim" e todos riram. Foi um deslize cubano, que acho que ele disse sem a menor maldade. Mas já dá pra ter noção do quanto cada palavra conta quando estamos falando de política externa.
Beijos
Elisa
Esses esquemas de preconceito são bem complicados. Aqui no Brasil é bem assim que acontece, esse tal experimento a gente estuda em Psicologia e pode ser transplantado pra vários outros tipos de preconceitos. A gente anda focando MUITO no preconceito contra homossexuais hoje e o preconceito racial está ficando pra escanteio, a afirmação sexual hoje é muito mais aceita que a racial. Por exemplo a gente tem um programa em escolas públicas chamado Educação sem homofobia (como eu odeio esse termo!), mas não temos muita coisa com relação ao preconceito racial... Ainda temos muito o que caminhar
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